90’s kid
Ser criança nos anos 90era brincar até escurecer,cair sem medo,e levantar com joelho sujo e coração limpo.A gente não sabia,mas era rico —de tempo, de rua, de céu aberto.
E o tempo,esse velho artista invisível,pinta camadas de belezasobre tudo que eu não percebi na hora. Não houve aplausos.Só a pia cheia de louça,um suspiro solto no corredor,e a paz sutil de estar inteira,mesmo sem saber o porquê. Amanhã...
Versos sussurrados entre memórias, silêncios e afeto. Aqui, cada poema é um respiro — um jeito de tocar o que é simples, profundo e verdadeiro. Palavras que falam de saudade, natureza, amor, tempo e tudo o que pulsa quieto dentro da gente. Um lugar para sentir.
Ser criança nos anos 90era brincar até escurecer,cair sem medo,e levantar com joelho sujo e coração limpo.A gente não sabia,mas era rico —de tempo, de rua, de céu aberto.
Me perco na bagunça boa do verde.Terra na unha, tempo que escorre,e o silêncio que fala. Nada parece no lugar,mas tudo floresce.No caos das plantas,eu me organizo por dentro. Mexo na terra como quem cuida da alma.Tiro folhas secas,replanto...
Um dia, eu segurei duas mãos.Pequenina, firme, entre eles dois —meu mundo inteiro em carne e osso,minha fortaleza de amor. Na direita, o calor suave da mãe.Era cedo demaisquando ela precisou soltar.Não por querer,mas porque a vida levou. Continuei...
Nos bancos de couro gasto pelo tempo e pelo uso,Teu braço firme ao meu lado era abrigo silencioso.O motor vibrava baixinho, como um coração compassado,E eu, nos meus sonhos leves, flutuava despreocupada. Lembro do vento que invadia a janela...
Se o sol se puser hoje,assista devagar.Não tenha pressa de entender,nem de seguir adiante. Você sempre foi vento livre,mesmo quando não sabia.Agora, respire —como quem bebe a vida com as mãos.Sinta a bênção escondida na chuva,nos dias cinzas,nas manhãs...